terça-feira, 13 de outubro de 2009

Capítulo 4

Depois de darmos muitas risadas com os acontecimentos do dia, resolvemos ir para casa. No caminho passamos no mercado, já estava escuro; a Patty, a Carla e a Jéh foram para o banheiro, eu e a Ana Paula ficamos esperando do lado de fora.
Como as meninas demoraram, nós resolvemos ir comprar sorvete, quando chegamos lá, descobrimos que só tínhamos dinheiro para comprar duas casquinhas:
- E agora? – Perguntei – As meninas vão ficar com vontade...
- Ah! Vamos dar um perdido nelas e depois inventamos uma história absurda*...
- Então tá! (A louca aqui tem que sempre concordar, né?)

* * *


No dia seguinte encontramos as meninas na escola:
- Onde vocês foram ontem à noite que nós procuramos em tudo que é lugar e não achamos? – A Jéh perguntou.
- A verdade? – Eu disse. – Nem te conto!
*Eu e a minha maninha (Ana Paula), quando inventamos de contar uma história absurda, ela é absurda mesmo!
- Vocês duas parem de frescura e contem logo o que aconteceu! – disse a Carla.
- Tudo bem, vamos contar. – Eu disse. – Ontem quando vocês foram ao banheiro, nós encontramos meu tio...
- Aí, ele disse que ia comprar sorvete pra gente, quando chegamos na sorveteria da frente do mercado, descobrimos que ele não era o tio da Iza!
- Na verdade, ele era um alienígena disfarçado de meu tio! Ele agarrou a gente e nos levou até a sua nave espacial...
- Ah! Fala sério! – Disse a Patty.
- É verdade! – Eu disse.
- E digo mais – Completou a Ana. – Eles fizeram um monte de experiências com a gente!
- É! Experiências com agulhas e máquinas estranhas!
- Ah! É? – A Jéh disse. – E como foi que vocês voltaram para casa e estão inteiras aqui?
- É que depois que eles fizeram as experiências – Eu disse. – Eles nos deixaram em cima do prédio que fica atravessando a passarela da frente da escola.
- Isso! Aí nós descemos de elevador e fomos a pé para casa.
- Ah! Então está bem! – A Carla disse. – Vamos, meninas, para a sala...
Elas saíram e ficamos eu e a Ana olhando uma para a cara da outra.
- Elas não estão acreditando. – Ela disse. – Vamos arranjar provas!
- Claro! E se a gente fingisse que viramos alienígenas?
- É! A gente podia falar num idioma só nosso, tipo falar de trás para frente!
- E podíamos inventar outros nomes para a gente!
- Como fica estrela de trás para frente? A.. Aler.. Alertse! Esse vai ser o meu nome!
- E Electra? Art.. Artce.. Artcele! E esse vai ser o meu!
E ficamos lá, duas tontas viajando na maionese...

sexta-feira, 10 de julho de 2009

Capítulo 3

Depois, minha amiga Patrícia, que é uma menina quase tão louca quanto eu, queria porque queria entrar no cemitério, como eu era a única que não tinha medo, aceitei entrar com ela. As meninas ficaram esperando do lado de fora.
Entramos e ficamos olhando os túmulos, eu fiquei impressionada com o tanto de japoneses que tem enterrados ali...
Como se não bastasse olhar, ela queria por a mão, pegou uma foto que estava na lápide e puxou, aí quebrou o vidro, soltou da foto e da moldura. Ela começou a rir e a chorar ao mesmo tempo e me abraçou:
- Iza! A defunta vai puxar o meu pé à noite!
Eu abraçada com ela comecei a rir e disse:
- Se chegar alguém a gente está chorando, tá?


* * *

Chamamos as meninas:
- Vem ver o que eu quebrei!
- Eu não posso entrar no cemitério! Eu tenho medo! – disse a Carla.
- Ah! Vem logo! Pára de frescura! – eu disse.
- Não! Depois eu sonho com isso à noite!
- Mas não tem nenhuma alma viva aqui...
“risos”
- Ai! Eu não vou conseguir dormir!
- Vem logo!
Puxamos elas para dentro. Fomos até o túmulo que a Patty havia quebrado a foto e a Carla disse:
- Ai, credo! Vocês não têm medo de mexer com os mortos não?
Fomos mostrar os outros túmulos para elas.
- Olhem aí dentro, tem cinco corpos aí...
Quando elas se abaixaram para olhar, a Patty e eu saímos correndo e gritando...
Elas se assustaram e ficaram desesperadas, começaram a correr de um lado para o outro até saírem do cemitério.
Quando encontraram a gente ficaram morrendo de raiva, mas demos boas risadas depois.

Continua...

domingo, 5 de julho de 2009

Capítulo 2

Hoje o dia amanheceu ensolarado, eu estava cheia de energia e super animada para a aula de artes, é uma das minhas favoritas além da de inglês, hoje a gente só teve as duas primeiras aulas porque ia ter uma passeata dos professores lá na Praça da Sé.
Eu e as minhas amigas já tínhamos combinado de sairmos juntas depois da aula, foi muito legal, olhamos vitrines, fizemos compras, até conhecemos uns gatinhos na lanchonete, mas eu nem lembro os nomes deles.
Uma das minhas amigas é muito louca(na verdade, todas elas são). Ela é a Jéssica, ela tem um estilo super gótico, eu acho muito lindo, mas não tenho coragem de usar. Nós estávamos olhando uma vitrine de uma loja de roupas e a manequim estava com uma peruca roxa, a gente sabia que era só enfeite, mas a Jéssica queria zuar, ela virou para mim e disse:
- Vamos perguntar quanto custa a peruca roxa?
Eu dei risada:
- Vamos!
Entramos na loja e ela foi direto falar com a balconista:
-Moça, quanto custa aquela peruca roxa no manequim da vitrine?
Eu não agüentei e comecei a rir, a Jéh fez uma cara tão séria para falar que a moça não sabia se era sério ou só brincadeira. Acho que ela ficou é com medo de falar alguma besteira, porque o estilo gótico da minha amiga dá medo nas pessoas.
A mulher começou a gaguejar, olhava para a Jéssica, toda séria, olhava para mim:
-Há há há! Há há há!
A coitada ficou perdida:
- Ah... é que... é... ham... a dona da loja, não me... me passou o preço das perucas... é... é isso...
- Ah! Então tá... – decepção.
- Por que? Você vai a alguma festa que precisava da peruca? – a moça perguntou.
- Não... era pra usar na escola mesmo. – Disse a Jéh.
E eu rindo... “Há há há! Há há há!”
- Ah! É o trote do terceiro ano?
- Não, eu ainda estou no segundo. ¬¬
Sem comentários! Saímos da loja quase fazendo xixi de tanto dar risada, deixamos a mulher lá, sem entender nada...

Continua...

sexta-feira, 26 de junho de 2009

Capítulo 1

Eram quase quatro horas da tarde e eu estava tentando descansar, eu não agüento mais essa minha vida miserável! Não tenho paz nem um minuto... Todo dia alguém tem que estar brigando! Como foi que eu agüentei todos esses anos?
- Me dá o dinheiro!
- Que dinheiro?
- O dinheiro que você disse que ia me dar! Eu preciso dele para ir trabalhar!
- A gente combinou que o dinheiro ia ficar comigo! Além do mais, eu vou no mercado com ele para comprar a janta das minhas filhas!
Ótimo! Estão brigando por minha causa...
- Mas eu tenho que pagar a passagem!
- Mas eu não tenho troco!
- Então me dá que eu troco!
O meu pai e o meu tio não se entendem mesmo...
- Está bem, passa lá na loja e pega com a Thalita.
Até que enfim eles pararam de brigar!
A Thalita é a minha irmã mais velha, ela tem 19 anos e trabalha na locadora do meu pai, Jorge. A locadora não dá muito dinheiro, tudo o que entra é para pagar as contas e comprar a comida. O meu tio é o Paulo, ele é guarda noturno, mas sempre sai de casa super cedo, vai saber o que ele fica fazendo na rua...
Eu sou a Isabelle, tenho 16 anos, meu aniversário é daqui um mês, eu Mac posso esperar para ter dezoito anos e sair de casa! Esse negócio de viver em família não é para mim, sabe? Eu não ficaria na rua o dia inteiro se eu morasse sozinha. Só por causa da minha família turbulenta eu arranjei um monte de cursos para fazer, assim eu estou sempre junto com os amigos ao invés de estar em casa injuriada ouvindo a minha mãe reclamar.
Na segunda eu faço aulas de violino, na terça e na quinta eu estudo alemão, na quarta eu tenho aula de informática, na sexta eu tenho aula de dança flamenca e nos finais de semana sempre arranjo um compromisso.
O meu maior sonho é viajar pelo mundo todo! Pena que só vou poder fazer isso quando estiver com 21, meus pais nunca vão me deixar sair nem da cidade. Mas se tudo der certo, vou para bem longe!

Continua...